ATA DA QÜINQUAGÉSIMA QUINTA SESSÃO ORDINÁRIA DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 03-8-2006.

 


Aos três dias do mês de agosto do ano de dois mil e seis, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida pelos Vereadores Carlos Comassetto, Claudio Sebenelo, Elias Vidal, Ibsen Pinheiro, João Antonio Dib, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Manuela d'Ávila, Maria Celeste, Maristela Meneghetti, Nereu D'Avila e Raul Carrion. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Adeli Sell, Alceu Brasinha, Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Bernardino Vendruscolo, Carlos Todeschini, Cassiá Carpes, Elói Guimarães, Ervino Besson, Haroldo de Souza, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Margarete Moraes, Mario Fraga, Mônica Leal, Neuza Canabarro, Paulo Odone, Professor Garcia, Sebastião Melo e Valdir Caetano. À MESA, foram encaminhados: pela Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana, o Pedido de Providência nº 1576/06 (Processo nº 4134/06); pelo Vereador Aldacir Oliboni, os Pedidos de Providência nos 1568, 1569, 1570 e 1571/06 (Processos nos 4101, 4102, 4103 e 4104/06, respectivamente) e o Substitutivo nº 01 ao Projeto de Resolução nº 061/06 (Processo nº 1489/06); pelo Vereador Almerindo Filho, o Pedido de Providência nº 1567/06 (Processo nº 4100/06); pelo Vereador Bernardino Vendruscolo, o Pedido de Providência nº 1573/06 (Processo nº 4115/06); pelo Vereador Cassiá Carpes, o Pedido de Providência nº 1574/06 (Processo nº 4118/06); pelo Vereador Ervino Besson, o Pedido de Providência nº 1581/06 (Processo nº 4139/06); pelo Vereador João Carlos Nedel, os Projetos de Lei do Legislativo nos 177 e 178/06 (Processos nos 4051 e 4052/06, respectivamente); pela Vereadora Maria Celeste, os Pedidos de Providência nos 1579 e 1580/06 (Processos nos 4137 e 4138/06, respectivamente); pela Vereadora Neuza Canabarro, o Pedido de Providência nº 1575/06 (Processo nº 4119/06); pelo Vereador Raul Carrion, o Pedido de Providência nº 1572/06 (Processo nº 4105/06); pela Vereadora Sofia Cavedon, os Pedidos de Providência nos 1577 e 1578/06 (Processos nos 4135 e 4136/06, respectivamente). Do EXPEDIENTE, constaram: Ofícios nos 564, 568, 569, 570, 571, 572, 573, 574 e 581/06, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre; 10168736, 10213800, 10213851, 10213867, 10213913, 10213991, 10214082, 10214183, 10218454, 10223677, 10228578, 10229888, 10230079 e 10233549/06, do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. Na ocasião, constatada a existência de quórum deliberativo, foram aprovadas as Atas da Quadragésima Quarta, Quadragésima Quinta e Quadragésima Sexta Sessões Ordinárias e da Vigésima Sétima, Vigésima Oitava e Vigésima Nona Sessões Solenes. A seguir, foi apregoado o Memorando nº 185/06, firmado pelo Vereador Dr. Goulart, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, por meio do qual Sua Excelência informa que está representando externamente este Legislativo na abertura do II Fórum Internacional Qualidade de Vida e Saúde “As marcas do álcool – Propostas e alternativas”, na tarde de hoje, no Teatro Dante Barone, na Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Ibsen Pinheiro discorreu acerca do conflito existente entre o Estado de Israel e o Líbano, somando-se a manifestações em defesa de uma conciliação entre as diferentes etnias do Oriente Médio. Em relação ao assunto, refutou a idéia de que o terrorismo seja uma maneira legítima de luta pelos interesses de um povo, opinando que essa forma de manifestação atinge injustamente pessoas inocentes. O Vereador Raul Carrion classificou a política externa de Israel como terrorismo de Estado, solidarizando-se com o povo libanês e comparando esse conflito com o início da Segunda Guerra Mundial. Ainda, defendeu a convocação de uma Constituinte para tratar da reforma política brasileira e elogiou Proposta de Emenda Constitucional contra a reeleição para cargos do Executivo no País. Finalizando, considerou positivo o cancelamento da licitação pública para coleta de lixo em Porto Alegre. Em continuidade, foi apregoado Requerimento de autoria do Vereador João Antonio Dib, solicitando renovação de votação para o Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 005/05 (Processo nº 1438/05). Em COMUNICAÇÕES, o Vereador João Antonio Dib posicionou-se favoravelmente à proposta de realização de uma reforma política no País, apontando deficiências no sistema atualmente vigente. Sobre o tema, reiterou que, na opinião de Sua Excelência, o número de vagas em Casas Legislativas deveria ser reduzido, traçando um comparativo entre o número de Deputados no Brasil e nos Estados Unidos da América e criticando a morosidade nos trabalhos do Congresso Nacional. A Vereadora Margarete Moraes apoiou a luta de libaneses e palestinos, acusando os governos israelense e estadunidense de praticar terrorismo de Estado em suas relações externas e de recusar propostas internacionais de cessar-fogo em relação ao conflito no Oriente Médio. Além disso, elogiou esforços do Governo Federal para resgatar brasileiros no Líbano e enviar mantimentos a esse país e defendeu idéias do PT e seus coligados políticos para enfrentar a crise financeira do Estado. O Vereador Mario Fraga referiu-se à situação política de Cuba, devida ao estado de saúde do Presidente Fidel Castro, e corroborou o pronunciamento da Vereadora Margarete Moraes em relação aos conflitos no Oriente Médio. Ainda, questionou a Vereadora Margarete Moraes sobre acusações feitas por Sua Excelência, veiculadas na seção “Página 10” da edição de hoje do jornal Zero Hora, referentes ao trabalho realizado pelo Senhor Mauro Zacher, Secretário Municipal da Juventude. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Elói Guimarães referiu-se aos trabalhos de confecção da estátua em homenagem ao tradicionalista gaúcho Jayme Caetano Braun, salientando que esse monumento será colocado no Parque Maurício Sirotsky Sobrinho e que sua inauguração deverá ocorrer após as eleições deste ano. Também, declamou o poema “O Mouro do Alegrete”, de autoria do Homenageado, ressaltando a importância desse poeta para a cultura gaúcha. A Vereadora Maristela Meneghetti comentou o cancelamento, pelo Governo Municipal, de licitação para contratação de serviço de limpeza urbana, reiterando que a Comissão de Economia, Finanças, Orçamento e do MERCOSUL já havia manifestado dúvidas em relação ao assunto. Nesse contexto, noticiou anormalidades constatadas durante esse processo licitatório, cobrando do Senhor José Fogaça, Prefeito Municipal, o afastamento dos envolvidos nas irregularidades apontadas. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos 311/05 e 151/06, o Projeto de Resolução nº 079/06; os Projetos de Lei do Executivo nos 020 e 022/06, discutidos pelo Vereador João Antonio Dib; em 3ª Sessão, o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 002/06. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Carlos Todeschini discorreu sobre a Concorrência Pública nº 001/06, promovida pelo Departamento Municipal de Limpeza Urbana, para contratação de serviços de coleta de lixo, alegando que foram observadas irregularidades nesse processo, o que levou à determinação de seu cancelamento por parte do Poder Judiciário. Ainda, informou que apresentará Requerimento de criação de Comissão Parlamentar de Inquérito para averiguar esse assunto. A Vereadora Mônica Leal relatou situações de sua vida que a aproximaram da comunidade judaica residente no Rio Grande do Sul, asseverando que os judeus, apesar de viverem uma história marcada por perseguições e dificuldades, têm como característica o amor pelo trabalho e a busca incessante de meios que garantam segurança e paz para seu povo. Nesse sentido, manifestou preocupação e tristeza pelos conflitos bélicos observados no Oriente Médio, envolvendo Israel e o Líbano. O Vereador Luiz Braz, analisando o significado do papel desempenhado pelos Vereadores de Porto Alegre, narrou situações observadas por Sua Excelência, de transgressão da Lei Municipal nº 9.996/06, que proíbe o consumo de bebidas alcoólicas nas dependências de postos de gasolina, estacionamentos e similares, atentando para a necessidade de maior fiscalização quanto ao cumprimento das legislações aprovadas por esta Câmara Municipal. O Vereador Sebastião Melo reportou-se ao pronunciamento de hoje do Vereador Carlos Todeschini, relativo ao processo licitatório do Departamento Municipal de Limpeza Urbana para contratar serviço de coleta de lixo na Cidade. Também, classificou como séria e transparente a postura do Prefeito José Fogaça frente às denúncias de irregularidades na referida licitação, questionando a gestão realizada pelo Partido dos Trabalhadores, na área da limpeza urbana, quando no Governo Municipal. O Vereador Ervino Besson elogiou matéria publicada pelo Jornalista Paulo Sant’Ana no dia trinta e um de julho do corrente, no jornal Zero Hora, intitulada “Um pedido de desculpas”, que aborda depredações efetuadas por torcedores gremistas durante jogo de futebol no Estádio Beira-Rio. Ainda, propugnou pela devida punição dos responsáveis por esses atos, para que não se verifique um quadro de impunidade que represente incentivo a ações de vandalismo nos estádios gaúchos. A seguir, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA e aprovado Requerimento verbal formulado pelo Vereador Luiz Braz, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia, conforme acordado pelo Colégio de Líderes. Após, foi aprovado Requerimento verbal formulado pelo Vereador Nereu D'Avila, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia. Em Votação, foi aprovado o Requerimento nº 112/06. Em Discussão Geral e Votação, foram votados conjuntamente e aprovados os Projetos de Lei do Legislativo nos 290/05, 034, 047, 049, 052 e 071/06. Na ocasião, em face de Questão de Ordem formulada pelo Vereador João Antonio Dib, o Senhor Presidente prestou informações acerca da tramitação do Requerimento de sua autoria, apregoado na presente Sessão, que solicita renovação de votação do Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 005/05. Em Votação, foi aprovado o Requerimento nº 117/06. Em Discussão Geral e Votação Nominal, esteve o Projeto de Lei do Legislativo nº 059/06, o qual teve sua discussão adiada por uma Sessão, a Requerimento, aprovado, de autoria do Vereador Carlos Todeschini. A seguir, em face de Questão de Ordem formulada pela Vereadora Margarete Moraes, o Senhor Presidente prestou informações sobre a autoria e votação do Requerimento nº 117/06. Em continuidade, o Senhor Presidente declarou encerrada a Ordem do Dia. Em EXPLICAÇÃO PESSOAL, o Vereador João Antonio Dib abordou o Projeto de Lei do Legislativo nº 034/06, de autoria do Vereador Nereu D’Ávila, que denomina Dr. João Satt um logradouro público não-cadastrado localizado no Bairro Vila Ipiranga. Também, solicitou o apoio dos Senhores Vereadores para que seja aprovado, em renovação de votação, o Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 005/05, de sua autoria, que dispõe sobre a denominação de logradouros públicos. Após, nos termos do artigo 94, § 1º, alínea “g”, do Regimento, o Senhor Presidente concedeu TEMPO ESPECIAL ao Vereador Carlos Comassetto, que relatou sua participação, nos dias cinco e seis de julho do corrente, em reuniões nos Ministérios das Cidades, do Meio Ambiente e da Educação e no Gabinete da Presidência da República, em Brasília – DF –, para tratar da Reforma Urbana, da legislação ambiental e da implantação de uma Escola de Fábrica em Porto Alegre e de uma Escola Técnica Federal e de um Hospital no Bairro Restinga. Em EXPLICAÇÃO PESSOAL, o Vereador Carlos Todeschini lembrou denúncias feitas por Sua Excelência no início do corrente ano, acerca de problemas na administração do Departamento Municipal de Limpeza Urbana. Nesse sentido, examinou a decisão judicial que determinou a suspensão da Concorrência Pública nº 001/06, relativa à coleta de lixo na Cidade, atentando para a significância da função fiscalizadora do Poder Legislativo em relação aos atos do Governo Municipal. A Vereadora Maria Celeste aludiu à reunião realizada no dia primeiro deste mês pela Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana, quando representantes da Vila Ceres, no Bairro Partenon, pediram o apoio dos Vereadores desta Casa para reassentamento daquela comunidade. Também, salientou que a destinação de verbas para a compra de área para essa finalidade vem sendo priorizada pelo Programa de Orçamento Participativo desde o ano de dois mil e três. O Vereador Sebastião Melo questionou o trabalho do Partido dos Trabalhadores quando à frente do Governo Municipal, citando gestões dos Senhores Carlos Todeschini e Darci Campani, à época nos cargos de Diretores-Gerais, respectivamente, dos Departamentos Municipais de Água e Esgotos e de Limpeza Urbana. Ainda, apoiou medida do Prefeito José Fogaça, de suspender o processo de concorrência pública referente à contratação de serviços de coleta de lixo. Às dezesseis horas e trinta e sete minutos, o Senhor Presidente declarou que nada mais havia a tratar e declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelo Vereador Luiz Braz e pela Vereadora Margarete Moraes e secretariados pelos Vereadores Haroldo de Souza e Elias Vidal. Do que eu, Haroldo de Souza, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 


O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Passamos ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

O Ver. Ibsen Pinheiro está com a palavra em Grande Expediente, por cedência de tempo do Ver. Sebastião Melo, e por transposição de tempo do Ver. Raul Carrion.

 

O SR. IBSEN PINHEIRO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, é possível não ficar atingido pelos acontecimentos no Oriente Médio? Por mais que o foco de uma Câmara Municipal seja a sua competência restrita aos temas do Município, a universalidade do sentimento humano nos liga, também, aos episódios que ocorrem no Oriente Médio, especialmente quando o testemunho diário dos jornais, e, principalmente, da televisão, nos levam para o “teatro da guerra”. A cobertura da televisão, que, a partir da Guerra do Vietnã, dimensionou de um modo especial o acompanhamento pela opinião pública mundial, e isso nos leva também a um acompanhamento, eu diria, sofrido, porque esse é um sofrimento de todos nós, diante dos episódios que se repetem diariamente diante dos nossos olhos. E eu, como todos, sinto, também, o coração confrangido, especialmente pelo atingimento da vítima inerme, para distinguir das outras vítimas, que são elas todas, porque numa guerra todos são vítimas, inclusive os participantes dela, mas a vítima inerme, que é a população civil, e nela especialmente as crianças, é algo que nos toca muito de perto.

E veja, Sr. Presidente - também contristado -, que o matiz, no viés sectário, também impõe algumas avaliações que, a meu juízo, se acumpliciam - embora sem querer - com as causas mais profundas do conflito. E eu as identifico, Sr. Presidente, com a tolerância e a leniência que se percebe nos modernos conselhos políticos por todo mundo; leniência e tolerância com o terrorismo, como se o terrorismo se justificasse pelas supostas causas que invoca.

Lembro que naquele 11 de setembro - como todo mundo - eu acompanhava pelo rádio e pela televisão aquele ataque brutal às torres gêmeas de Nova Iorque, onde - soube-se depois - morreram cerca de quatro mil pessoas. E chocou-me, talvez, mais do que o número de vítimas, um sentimento trágico de alegria que percebi em alguns, que supostamente se identificavam, ou verdadeiramente se identificavam, com a suposta causa do terrorismo. Não há causa humana que possa justificar o terrorismo. Terrorismo, por definição, é a negação da ação política, é a negação do ato político.

E poderia invocar, Sr. Presidente, moralistas de todo jaez, mas prefiro invocar o depoimento de um revolucionário, Wladimir Lênin, que, com a sua experiência de revolucionário vitorioso, deixou um legado de condenação ao terrorismo, não apenas pelos fundamentos morais que ele supostamente pretende, mas pelo efeito inverso ao da sua suposta causa. E é o terrorismo que se encontra como matriz dos episódios que acompanhamos no Oriente Médio. O terrorismo praticado diariamente contra o Estado de Israel se apresenta como justificado pela causa Palestina.

Ora, Sr. Presidente, meus colegas, todos nós nos identificamos com a causa Palestina na busca de um lar nacional. Como todos nós, eu suponho, compreendemos a aspiração milenar do povo judeu para reencontrar-se com a sua casa. Atrevo-me a supor que não há um conflito invencível entre essas duas aspirações, mas vejo, nas minorias radicais que sopram a brasa do ódio palestino, a matriz, essa sim, invariável dos acontecimentos terríveis que agora presenciamos.

Eu vejo, com muito destaque, que os ataques israelenses produzem vítimas na população civil, e isso também é deplorável. Mas eu me atrevo, Sr. Presidente, a apontar uma diferença importante, uma distinção fulcral entre a vítima de um ataque da aviação israelense e a vítima do terror indiscriminado.

Nas guerras, já disse um editor do jornal Times, a primeira vítima é a verdade. Nesse caso, Sr. Presidente, sonega-se a verdade insofismável de que o Estado de Israel é vítima de agressão constante, traiçoeira, covarde, através, agora, de mísseis, que certamente os movimentos clandestinos do Hezbollah e outros não têm meios de fabricar nos abrigos em que se escondem. Certamente, alguém arma o braço que produz os ataques terroristas sobre a população civil no Estado de Israel. Eu apontaria essa distinção: um ataque aéreo da aviação israelense produz vítimas na população civil. Isso é deplorável, sem dúvida, mas esse é o efeito indesejável de um ato de guerra. No terrorismo, o atingimento da população civil é o próprio objeto da ação terrorista, é a própria motivação da ação terrorista que leva ao ponto de se armarem jovens, adolescentes, ou um pouco mais do que isso, para, com o corpo armado de bombas, produzirem vítimas nos bares, nas boates, nos restaurantes, nas praças.

Isso, Sr. Presidente, consegue ser infinitamente pior, especialmente do ponto de vista da ilimitada capacidade de produzir o mal, o mal desejado, o mal pretendido. E se o mal, Sr. Presidente, como subproduto inevitável, já é deplorável; se a vítima resultante, inevitável de atos de guerra, já constitui, por isso, uma vítima deploravelmente atingida, imagine-se o ato de terror que se destina especificamente a atingir os inocentes.

Eu li uma triste declaração de um líder terrorista, dizendo que neste confronto não há inocentes. Há, sim, Sr. Presidente; há, sim, meus colegas. Inocentes são as vítimas inermes, especialmente aquelas que, atingidas pelos atos de terror, não tem sequer a mínima oportunidade de conhecer a origem do ataque, a causa do ataque, a causa com o sentido de motivo, e a causa com o sentido de motivação, e o objetivo.

Por isso, Sr. Presidente, quero deixar, ainda que neste foro municipal, a inconformidade que sinto, que é o sentimento muito forte de nosso povo, de repúdio ao ato de terror como método de ação política. Ele produz vítimas; vitima também a verdade, mas vitima também a sua própria causa. E quando se percebe que lideranças do povo palestino pretendem encaminhar no sentido de uma conciliação ou de um entendimento, essas minorias radicalizadas pela prática terrorista, se põem em campo com o objetivo precípuo de torpedear entendimentos e negociações.

Não posso deixar de registrar que o entendimento desse complexo quadro que se verifica no Oriente Médio não será um entendimento correto se desprezarmos como matriz dos acontecimentos que enlutam toda a humanidade o terrorismo como método de ação política.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Raul Carrion está com a palavra em Grande Expediente.

 

O SR. RAUL CARRION: Exmo. Ver. Luiz Braz, Presidente dos trabalhos; demais Vereadores e Vereadoras, eu também queria iniciar este Grande Expediente, tratando deste tema que preocupa todas as pessoas amantes da paz, amantes do progresso, amantes do direito às Nações de se autodeterminarem.

O mundo observa estarrecido, inclusive a inação da ONU, diante do verdadeiro massacre, Ver. Ibsen Pinheiro, que o povo libanês - homens, mulheres, crianças, velhos - que nada tem a ver com o conflito entre Israel e a Palestina, vem sofrendo neste ato de terrorismo de estado.

Eu penso, Ver. Ibsen, ao contrário: que o terrorismo de estado é mais desumano, é mais terrível do que muitas vezes o também condenável terrorismo de povos em lutas, de movimentos de resistência, que diante da potência a ser enfrentada, usam incorretamente da arma do terror.

E eu quero lembrar, Verª Margarete Moraes, que os que lutaram para criar o Estado de Israel utilizaram o terror na sua luta, naquele instante, pela conquista de Israel. Isso é inadequado, é incorreto, assim como outros povos que também lutam para se libertar e utilizam o terror; nós entendemos que isso é um método incorreto.

Agora, quando um estado como o de Israel, Ver. Ervino Besson - e eu distingo o Estado de Israel do povo israelense, que inclusive questiona e se opõe, em boa parte, a esse terrorismo -, agride como está agredindo.

A imprensa, hoje, nos informa que a destruição do Líbano, nessas três semanas de bombardeio por Israel, já atinge 2 bilhões e meio! Não estão sendo atacadas as Forças Armadas, Ver. Ibsen Pinheiro; estão sendo atacados prédios civis, edifícios, centrais elétricas, meios de comunicação de um país soberano!

E os Estados Unidos, a ONU, Ver. Ervino Besson, se opõem a que o Conselho de Segurança faça valer uma trégua, um armistício para cessar tanta barbárie.

Há poucos dias, em Qana, 37 crianças foram massacradas; centenas de civis! Será acaso isso, Ver. Ibsen Pinheiro? Será algo não desejado pelo Estado de Israel? Santa ingenuidade! Um Estado que tem atacado, bombardeado comunidades indefesas há muitos anos, não é um acaso! E qual é razão alegada, Verª Maristela Meneghetti? Dois soldados israelenses foram seqüestrados. Para isso, 900 libaneses foram mortos, 300 crianças estão entre mortos e feridos! Não é acaso, não é algo indesejado, como se o único terrorismo - e esse perigoso - fosse dos indivíduos que lutam. Mas e o estado com bombas atômicas?

Então, nós queríamos lamentar e dizer que ingressamos - a Verª Maria Celeste, a Verª Margarete Moraes, o Ver. Carlos Todeschini, já assinamos e vamos pedir a assinatura dos demais Vereadores - com uma Moção de Solidariedade, cujos termos vou ler aqui, ao povo libanês, agredido pela guerra promovida pelo Estado Israelense, e aos familiares das pessoas vitimadas pelos bombardeios, e, em especial, às 56 vítimas inocentes, sendo 37 crianças que se encontravam no edifício utilizado como abrigo do vilarejo de Qana, no sul do Líbano, assassinadas no ataque do dia 30/07/06.

Eu queria dizer que a 2ª Guerra Mundial começou assim, Verª Neuza Canabarro, nossa prezada amiga. Inicialmente foi a Áustria, que foi ocupada pela Alemanha Nazista; depois, foi a Tchecoslováquia. E, em cada ocupação, os Estados ditos democráticos achavam que a Alemanha se aproximava da Rússia soviética, e que isso era bom. E foram deixando, foram incentivando, até que a besta-fera se voltou também contra o Ocidente.

Hoje observamos, novamente, Ver. Dib, forças terroristas de Estado, atacando povos indefesos, e o mundo, de certa forma, quieto. Nós, pelo menos do PCdoB, queremos levantar a nossa voz nesta Casa, uma voz pequena, mas uma voz forte, pedindo a solidariedade, pedindo o apoio do mundo ao povo do Líbano.

Uma segunda questão de que nós queríamos tratar, que a imprensa noticia através de manchetes, é sobre a idéia que foi levada ao Presidente Lula, e por ele aceita, desde que a sociedade a adote, sobre a realização de uma Constituinte exclusiva para uma Reforma Política neste País. Realmente, o sistema político do Brasil está superado, está cansado, está esgarçado; a crise de moralidade ocorrida, que alguns trazem como se fosse uma novidade, somente “tirou a sujeira debaixo do tapete”. O poder econômico, predominante nas eleições, as deformações na proporção de representação dos diversos Estados, os mecanismos falhos da democracia, o sistema de emendas no Congresso que propicia a própria corrupção, tudo isso faz com que se imponha, o quanto antes neste País, uma efetiva Reforma Política. E, na verdade, a elite conservadora, hipócrita, que se apresentou nesta crise como a defensora da moralidade, foi incapaz de encaminhar uma Reforma Política. Nós saudamos essa idéia; saudamos o Presidente Lula, na medida em que ele está demonstrando a sua simpatia com a idéia de uma Constituinte específica para a Reforma Política, uma bandeira que o nosso Partido, o PCdoB, tem trazido.

Eu também queria referir e saudar a votação na Comissão de Constituição e Justiça e Cidadania do Senado que aprovou, por unanimidade, no dia de ontem, uma proposta de Emenda Constitucional, que acaba com o instituto da reeleição neste País, seja para Presidente, seja para Governador, seja para Prefeito. É bom lembrar, Verª Margarete, que a reeleição é uma criação do período do “tucanato”, no período dos neoliberais, e hoje, corretamente, trabalha-se com a idéia de superar, de acabar com a reeleição.

Por fim, eu queria dizer que vemos com alívio, de certa forma, mas, ao mesmo tempo, com muita preocupação, a determinação da Prefeitura do cancelamento da Licitação do Lixo; a Verª Maristela Meneghetti tem trazido aqui fortes denúncias, e o Ver. Todeschini também, que foram assumidas pelo Ministério Público. E a notícia da imprensa é clara - porque um dos sócios da consultoria contratada pela Prefeitura teve as despesas de hospedagem pagas por uma das empresas habilitadas à licitação.

Então, lamentamos isso; são coisas que não aconteciam na nossa Cidade, Verª Neuza, há muitos anos. Podia-se divergir da Administração Popular, mas nas questões dessa gravidade, com licitações ao que tudo indica fraudadas, acomodadas para o resultado pré-determinado, realmente envergonham a cidade de Porto Alegre.

Então, queremos saudar o Ministério Público e a Justiça, que determinaram uma medida forte, que levaram a própria Administração a ter que recuar. Espero que o Prefeito Fogaça, que eu acredito seja um homem honrado, possa colocar ordem na situação. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Apregoamos o Requerimento, de autoria do Ver. João Antonio Dib, que solicita a renovação de votação do PELO nº 005/05.

Encerrado o Grande Expediente.

Passamos às

 

COMUNICAÇÕES

 

O Ver. Almerindo Filho está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) Ausente. O Ver. Elias Vidal está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) Ausente. O Ver. Haroldo de Souza está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) Ausente. O Ver. João Antonio Dib está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. João Carlos Nedel.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, reiteradas vezes, nesta tribuna, eu tenho falado da necessidade de uma Reforma Política, da necessidade de diminuir o número de Deputados, Senadores e Vereadores. Algumas vezes eu fui mal compreendido, mas parece, agora, que as coisas estão se encaminhando nesse sentido, quando o Presidente da República, em momento eleitoral, diz que gostaria de uma Assembléia Constituinte para fazer a Reforma Política. Eu acho que este é o caminho, e eu acho que, em cima dessa idéia, nós todos temos que fazer listas e mais listas dos nossos eleitores, para que o Congresso Nacional aceite a idéia, porque nós vivemos um momento em que temos 513 Deputados, e não há Sessões, as matérias de importância para a coletividade brasileira não são votadas, a Medida Provisória do Presidente sobre os aposentados e pensionistas do INSS não foi votada, e era para ser esforço concentrado. Imaginem se não fosse esforço concentrado!

Então, temos 513 Deputados e ficaríamos muito melhor com muito menos Deputados. Se os Estados Unidos, que têm 50 Estados, têm um milhão de quilômetros quadrados a mais do que nós, têm cem milhões de habitantes a mais do que nós, têm muito menos Deputados - quatrocentos e poucos Deputados -, por que nós temos 513, que não comparecem nem para votar assuntos como a cassação do próprio colega?

Acho que talvez tenhamos no horizonte uma melhora, mas, talvez, numa Reforma Política, nós não tenhamos mais um Senador que mora no Maranhão e se elege pelo Amapá; comanda a política do Maranhão, diz quem vai votar em quem, a quem a sua filha vai apoiar, e, depois, vai lá e se candidata a Senador pelo Amapá, onde há 300 mil eleitores e três Senadores. São Paulo também tem três Senadores e o Rio Grande do Sul também tem três Senadores.

Então, eu acho importante essa medida que se anuncia. Espero que não fique apenas naqueles discursos pré-eleitorais que anunciam coisas maravilhosas. Mas acho que se isso acontecer - um dos Senadores já tem lá um Projeto, diminuindo o número de Deputados para 403 -, o Brasil ganha muito, o Congresso vai custar menos, o Congresso vai realizar mais, o Congresso vai trabalhar mais e não ficará permanentemente adiando votações que devem ser feitas, como as medidas de segurança que devem ser tomadas neste País, uma legislação sobre o crime que não é votada e que não é alterada, porque eles não têm tempo! É que são muitos, e um fica esperando pelo outro para resolver o problema.

Eu já assisti a votações no Senado e fiquei impressionado, porque o Presidente ficava esperando que viessem os Senadores para atingir o quórum mínimo. Quando todo o País receberia recursos da taxa CIDE, tiveram que esperar meia hora, chamando os Senadores dos seus gabinetes para votar.

Então, se tivessem 40 Senadores em vez de 81, podem ter certeza que a matéria teria sido votada, assim como há os 513 Deputados que não votam medidas que estão lá há vários anos.

Acho, então, que há uma luz no horizonte, há uma luz clara, precisa, e que vai nos dar muita alegria se ela se transformar em realidade. Mas para que ela se transforme em realidade, não basta o atual Presidente dizer que depois da eleição vai mandar uma solicitação ao Congresso Nacional nesse sentido. É preciso que o povo brasileiro diga ao Congresso Nacional que quer essa Constituinte, porque aí então nós teremos muitas melhoras neste País. Nós teremos menos Senadores, menos Deputados Federais, menos Vereadores. Vejam V. Exas. que eu não disse Deputados Estaduais. O Rio Grande do Sul tem 55 Deputados há 50 anos, então acho que podem ser mantidos os 55 Deputados. Agora, nesses 50 anos, fomos aumentando, por exemplo, o numero de Vereadores para 21, 33, 36, e há Projetos para aumentar para mais.

Portanto, acho que há uma luz no horizonte; uma luz benéfica. Saúde e PAZ!

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O meu amigo Ver. Haroldo de Souza está presente no plenário, havia cedido o seu tempo para o Ver. Vendruscolo.

A Verª Margarete Moraes está com a palavra em Comunicações.

 

A SRA. MARGARETE MORAES: Exmo Sr. Presidente, Luiz Braz; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, senhoras e senhores, eu quero fazer um pronunciamento absolutamente a favor do povo libanês e do povo palestino. Quando se fala em terrorismo, é uma bela pergunta: o que é terrorismo? E eu acuso o Governo de Israel de fazer terrorismo de Estado.

Não estou falando no povo judaico nem no povo israelense. Estou falando no atual Governo de Israel, que, em conluio com o Governo dos Estados Unidos, em conluio com a arrogante Condoleeza Rice, não aceita sequer um cessar-fogo emergencial proposto pelo Conselho de Segurança da ONU, proposto por países como a França e a Alemanha; não aceita. Primeiro, tem que destruir o Hezbollah.

Quem são os terroristas? Vamos pensar nos muros. Serão os habitantes da Faixa de Gaza, que já tiveram seu território destruído? Ou do Líbano, que já tem 700 pessoas mortas, em 15 dias? Um massacre, um genocídio de Estado. E o Estado de Israel tem 75 mortos. Quem é que tem o poderio armamentista? Se houvesse uma pessoa morta do lado de Israel seria detestável também, seria inaceitável, nós não podemos aceitar, mas há uma diferença muito grande entre crianças, mulheres, vítimas, inclusive brasileiros que têm origem no Líbano, que foram passar férias no seu País e que lá morreram.

E quero dizer, com muita tranqüilidade, que hoje o Hezbollah não significa um grupo terrorista: significa resistência, a resistência do povo libanês, e já está conquistando os corações e as mentes do povo libanês, do povo palestino e do povo sírio, porque é o Hezbollah que dá uma esperança de vida para eles.

O Líbano já foi destruído por Israel, reconstruído há 10 anos, e hoje tem a sua infra-estrutura destruída: são pontes, estradas, hospitais, o sistema de distribuição de água, de distribuição de energia, de distribuição de luz; e há crianças queimadas. Ainda há a suspeita de que Israel está utilizando armas químicas.

Eu acho que o Ver. João Antonio Dib, de origem libanesa, e o Senador Pedro Simon, deveriam, sim, fazer um reconhecimento ao Governo do Presidente Lula, que já resgatou mais de dois mil brasileiros do Líbano, que foram a passeio, foram de férias, ou tenham origem lá, que moraram lá. Eu ouvi com muita emoção uma menina libanesa, dizendo na televisão: “O meu País é o Brasil, eu não quero mais sair daqui, eu quero ficar aqui”. E também deveriam fazer uma Moção de Solidariedade ao Governo Lula, porque ele já mandou várias toneladas de remédios, de medicamentos e de materiais de primeiros socorros para lá. Eu tenho muito orgulho deste Governo, porque, se isso acontecesse com o povo de Israel, eles teriam a mesma atitude do Governo Lula, e isso é um fato inédito no nosso País.

Eu também quero falar que ontem, nesta Casa, aconteceu um fato lamentável durante a fala da Verª Manuela d'Ávila, porque o Ver. Claudio Sebenelo utilizou uma notícia de jornal, e isso me parece covardia. Na porta da Bancada do PSDB não tem programa do PSDB, não tem projeto, não tem foto da Deputada Ieda, não tem nada; não tem nada de bom para oferecer, só tem ataques, notícias requentadas desse udenismo, udenismo golpista que o PSDB representa hoje.

Eu quero dizer que a Frente Popular, o PT e o PCdoB, se apresentam ao Rio Grande do Sul olhando nos olhos de todos, de homens e mulheres, com a cara e com as mãos limpas. Nós temos muito respeito histórico e estratégico entre nós, é uma aliança daqueles que se conhecem desde as lutas contra a ditadura militar no nosso País, desde antes das lutas contra a ditadura.

Queremos enfrentar a crise financeira que o Rio Grande do Sul passa com muita responsabilidade, porque essa crise tem responsáveis. Nós queremos apresentar soluções, fazer o bom debate, não ofender. E eu quero saber o que é que pensa o PSDB, o que é que pensa o PFL, o PDT, o PP, todos os Partidos desta Casa, por exemplo, sobre o básico e sobre o teto do funcionalismo estadual; o que pensam sobre a matriz tributária, como é que nós vamos resolver esse problema.

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Para encerrar, Vereadora, por favor!

 

A SRA. MARGARETE MORAES: Muito obrigada por sua tolerância, Ver. Luiz Braz.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Mario Fraga está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. MARIO FRAGA: Ver. Luiz Braz, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, povo que nos assiste pela TVCâmara; Ver. Luiz Braz, eu tenho outros assuntos para falar, mas, neste momento em que V. Exª está na presidência dos trabalhos, e eu, casualmente, na tribuna, queria mostrar a V. Exª e aos demais Vereadores a manchete de ontem, que foi pouco divulgada, ou menos falada aqui nesta Casa, Ver. Aldacir: Fidel Castro é operado e coloca para governar Cuba, Ver. Luiz Braz, o seu irmão! Fidel Castro é operado e bota para governar Cuba o seu irmão, não é, Ver. Todeschini? Não ouvi ninguém falar nada sobre isto nesta Casa. Também não vou falar mais no assunto.

Queria falar de dois assuntos: casualmente, com a Verª Margarete, por quem tenho muito respeito; mesmo sem muitos diálogos na Casa, eu a respeito muito. Dou todo o meu apoio ao povo libanês, ao discurso que V. Exª fez.

Num segundo momento, quero falar sobre a notícia da coluna “Página 10” no jornal Zero Hora, sobre o nosso Secretário, do meu Partido, Mauro Zaccher, Vereador desta Casa, que está licenciado e fazendo um excelente trabalho na Secretaria da Juventude. Com verbas do Governo Federal? Pode-se até dizer que sim. Nós todos somos Brasil. Nós, que estamos aqui em Porto Alegre, que estamos no Rio Grande do Sul, fazemos parte do Brasil, e o Presidente Lula é Presidente do PT, mas também é o nosso Presidente; então, nós podemos usar as verbas federais que o Secretário Mauro Zacher tem usado, e usado muito bem.

A Vereadora, não sei como, apareceu aqui na “Página 10” - e é dificílimo a gente aparecer na “Página 10”, não é Ver. Luiz Braz? -, e sai uma denúncia contra o nosso Secretário aqui. Então, neste primeiro momento de Comunicações, eu já estou pedindo os documentos e os papéis, Vereadora, para dizer quem tem razão, se é V. Exª ou o nosso Secretário.

Para concluir este primeiro período de Comunicações, digo que, depois, vou usar a Liderança do PDT para falar desse assunto. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Encerrado o período de Comunicações.

Eu vou fazer uma solicitação a todos os Vereadores, pedindo que os assuntos relativos às eleições sejam evitados da tribuna, porque a legislação é extremamente rígida, e, quando nós estamos ou tecendo loas aos nossos candidatos, ou fazendo ataques aos candidatos adversários, eu acho que não são assuntos que devem ser trazidos à nossa tribuna; eu acho que há outros fóruns para tratá-los. Nós vamos pegar os discursos aqui e vamos, infelizmente, ter que mandar para o Tribunal, para que o Tribunal olhe esses temas, quando algum Vereador aqui se exceder. Nós vamos pedir que, por favor, assuntos que digam respeito às eleições, principalmente quando são ataques como os agora registrados, que, por favor, não sejam feitos da tribuna da Câmara, porque esse oportunismo pode custar caro para a nossa Instituição.

 O Ver. Elói Guimarães está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, o Ver. Ervino Besson me perguntou, e eu lhe digo que isto é uma maquete, Vereador. (Mostra maquete.)

Esta aqui é uma maquete do nosso grande poeta, pajador e missioneiro Jayme Caetano Braun. Nós, na Casa, tivemos a oportunidade de aprovar um Projeto, de nossa iniciativa, que manda erigir aqui, no espaço do gaúcho, na Estância da Harmonia, um monumento a Jayme Caetano Braun, que decorre da Lei nº 8.949.

A estátua, o monumento está sendo trabalhado; a escultura está sendo produzida em São Luiz Gonzaga. O escultor Vinícius Monteiro é parente longínquo do Jayme, porque o Jayme Caetano Braun era sobrinho do grande Parlamentar gaúcho Ruy Ramos, e o escultor, coincidentemente, tem parentesco com o Jayme e com o grande tribuno gaúcho, rio-grandense, Ruy Ramos.

O monumento, a estátua - ainda falava com o Vinícius ontem - já está acima da guaiaca do Jayme. Então nós acreditamos que, dentro de seguramente um mês e meio, dois, a estátua estará pronta. Evidentemente que nós não poderemos, vejam bem, fazer a sua inauguração. Pretendemos fazer um grande ato aqui, na cidade de Porto Alegre, onde convidaremos pajadores, poetas, declamadores, toda a comunidade campeira, comunidade campesina, enfim, as missões - antes das eleições, dado o impedimento legal que nós temos.

Então vamos fazer após as eleições, porque aí se criam as condições para que todos possam participar dessa homenagem que se pretende fazer ao Jayme Caetano Braun, que é cidadão de Porto Alegre. Do Jayme eu não preciso falar aqui, pois é de todos conhecido, o maior pajador que nós já tivemos. Agora, comemoram-se os 300 anos das Missões, da Pátria missioneira na região do Tape, onde se plasmou, por assim dizer, a própria Pátria.

Assim, nós teremos a oportunidade de fazer essa grande solenidade, já que o monumento, a estátua, está sendo produzida, mas nós a faremos, evidentemente, depois das eleições, para evitar qualquer tipo de conotação. Portanto, fica aqui a nossa homenagem.

Eu fui, não diria amigo do Jayme, mas muito conhecido dele. Tivemos grandes oportunidades juntos. Lembro que, há alguns anos, para não dizer algumas décadas, o Jayme fez um poema para o Ruy Ramos, “O Mouro do Alegrete”, um poema, Ver. Luiz Braz, que eu tive a oportunidade de declamar em um comício, porque, há uns tempos já passados, eu fui um razoável declamador. Eu lembro que, em um grande comício, no tempo dos comícios, eu tive a oportunidade de declamar um verso do Jayme, uma poesia do Jayme em homenagem ao Ruy Ramos. Eu ainda lembro, Ver. Luiz Braz, do primeiro verso, e dizia assim: “Esse é o mouro do Alegrete / lhes digo florão de flete / que arranha num dezessete / decepo em terra lavrada / pingo de raça provada / que levantado no freio / reparte a cancha no meio / para toda essa matungada”.

Ele fazia uma referência à importância do Ruy Ramos, candidato, correndo com os demais. Então, a figura do Jayme, esse grande poeta, esse grande pajador, que atuou muito aqui, tanto na rádio Gaúcha, quanto na rádio Guaíba, ele fez, durante anos, programas em que ele pajava quase que uma hora nos programas do Flávio Alcaraz Gomes, também nos programas da rádio Gaúcha. Ele fazia os seus improvisos - magníficos improvisos - falando sobre a atualidade. Então, é uma figura que merece a homenagem do Estado - essa homenagem é do Estado -, mas que vai ser produzida pela Câmara Municipal de Porto Alegre. Ali construiremos, colocaremos, porque está sendo construída em São Luiz Gonzaga, a estátua do Jayme, e faremos a homenagem a essa grande figura das letras xucras, da poesia, da pajada; faremos esta grande homenagem a Jayme Caetano Braun.

E aqui está produzida a maquete, feita pelo Vinícius; e falando com a irmã do Jayme, a Zélia, que tem uma veia poética, ela olhou para a maquete e disse assim: “Olha, mesmo quem não conhece o Jayme acha a maquete parecida com ele”. Tal o talento do Vinícius, um escultor, homem simples lá de São Luiz Gonzaga, que está produzindo essa estátua que nós vamos aqui, numa grande festa, colocar na cidade de Porto Alegre, em homenagem a essa grande figura que levou o Estado para fora dos limites do próprio País, levando toda a nossa cultura, enfim, toda a alma e psique do povo gaúcho.

Portanto, fica aqui Presidente, este registro, que é uma espécie de prestação que estou fazendo à Casa de um Projeto de Lei que aprovamos na Casa, pela unanimidade dos Senhores Vereadores, e vamos concretizar, enriquecendo, por assim dizer, o estatuário da Capital do Estado do Rio Grande do Sul. Obrigado, Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Muito obrigado, Ver. Elói Guimarães, V. Exª que é realmente um dos grandes representantes desta Casa dentro do Tradicionalismo.

A Verª Maristela Meneghetti está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. MARISTELA MENEGHETTI: Exmo Sr. Presidente, Ver. Luiz Braz; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores, como todos já devem ter lido nos principais jornais de Porto Alegre, o Prefeito José Fogaça determinou o cancelamento da licitação para contratação de serviço de limpeza urbana da nossa Capital, depois que o Ministério Público Especial, junto ao Tribunal de Contas do Estado, pediu a suspensão imediata do processo. A ação do Tribunal comprova que estava correta a nossa preocupação de acompanhar as investigações sobre as irregularidades denunciadas, Verª Maria Celeste. Já no final do mês de junho, em Audiência Pública na CEFOR, como Presidente da Comissão, eu havia sugerido a suspensão provisória da licitação até que as apurações fossem concluídas. Há duas semanas, o próprio DMLU decidiu suspender o processo em função das dúvidas e questionamentos existentes.

De acordo com o Procurador-Geral Adjunto do Ministério Público Especial, o Dr. Geraldo Da Camino - a quem parabenizo pelo excelente trabalho -, a prestação de serviços da empresa de consultoria encarregada pelo diagnóstico do sistema de limpeza da Capital, a empresa Profil, teria iniciado três meses antes da efetiva autorização. As investigações apontam ainda indícios de ligações entre o consultor paulista, Fabio Pierdomenico, e uma das empresas pré-qualificadas ao processo. Além da sustação imediata do procedimento, o Dr. Da Camino pediu também a intimação do Diretor do DMLU, Sr. Garipô Selistre, para esclarecimentos.

No documento encaminhado na terça-feira ao Tribunal de Contas, o Procurador descreve que Pierdomenico teve as despesas de hospedagem pagas por uma das empresas candidatas ao processo licitatório. Vejam só!

Essa mesma empresa participou de uma reunião, no dia 31 de agosto do ano passado, com o DMLU, quando teria exposto sua experiência no ramo e forma de trabalho. Como enfatizou o Dr. Da Camino; isso fere a impessoalidade do processo e reforça a desconfiança pelo fato de que esse consultor defendia, sim, interesses de grandes empresas. As investigações indicaram também que a empresa Profil Engenharia e Ambiente Ltda, contratada sem licitação pelo DMLU para fazer o diagnóstico da situação do setor de limpeza urbana da Capital e produzir o Termo de Referência da megalicitação, que subcontratou o Sr. Fábio Pierdomenico, atuou sem contrato, produzindo o edital.

É o momento de o Chefe do Executivo tomar providências diante das constatações feitas pela força-tarefa, afastando não só o diretor do DMLU, bem como todos os envolvidos na Comissão Especial de Licitação, para que o próximo processo licitatório obedeça aos princípios e regras da Lei de Licitação no que tange à transparência do processo, à mais ampla competição para que as empresas que apresentam os requisitos necessários possam participar. Pois é inadmissível que essa Diretoria, que está sob investigação por sérios indícios de irregularidades e ilegalidades, venha a formular novamente o edital de licitação para a contratação dos serviços de limpeza da nossa Capital. Muito obrigada.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

1ª SESSÃO

 

PROC. N. 6780/05 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 311/05, de autoria da Ver.ª Maria Luiza, que concede o título honorífico de Cidadã de Porto Alegre à Pedagoga e Psicóloga Norma Helenita Aniola Machado.

 

PROC. N. 3281/06 – PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 079/06, de autoria do Ver. João Bosco Vaz, que concede o título honorífico de Líder Esportivo ao Senhor Adolfo Camerino Teixeira de Oliveira (Dodô).

 

PROC. N. 3562/06 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 151/06, de autoria do Ver. Mario Fraga, que concede o título honorífico de Cidadã de Porto Alegre à Senhora Maria Edi de Moraes Gonzaga (Diza Gonzaga).

 

PROC. N. 3573/06 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N. 020/06, que desafeta o imóvel próprio municipal localizado no Loteamento Vila Santa Tereza, nesta Capital.

 

PROC. N. 3663/06 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N. 022/06, que autoriza a doação de imóveis próprios municipais ao Estado do Rio Grande do Sul. (Vila Hípica)

 

3ª SESSÃO

 

PROC. N. 3535/06 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO N. 002/06, que altera o art. 9º da Lei Complementar n. 352, de 08 de agosto de 1995, que dispõe sobre os membros do Conselho Municipal de Assistência Social.

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, Presidente, peço permissão a V. Exª para que eu responda à Verª Margarete Moraes: o Ver. João Dib e o Senador Pedro Simon já se manifestaram e têm-se manifestado sempre pela paz. Os nossos ascendentes todos estão lá em Kfour El Arab, no Líbano, e, portanto, essa tragédia que infelicita o Oriente Médio, essa guerra que lá acontece, não é do nosso agrado; nós sempre lutamos pela paz.

Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, hoje há poucos Projetos de Lei em 1ª Sessão de Pauta, mas dois são do Executivo. Num deles, o Executivo propõe que seja desafetada uma área de terra na Vila Santa Tereza, nesta Capital, e faz essa proposição para que possa ser dado o Direito Real de Uso aos que lá já estão antes da Lei Orgânica. Se à Vila Planetário, que é urbanizada, e, portanto, contraria a Lei Orgânica, foi dado o Direito Real de Uso, eu não vejo por que não atender à solicitação de S. Exª, o Sr. Prefeito, numa área que não se compara com a Avenida Ipiranga, toda ela pavimentada, toda ela iluminada, com água, luz, esgoto e todas as coisas.

A segunda proposta do Executivo, no momento em que li até me preocupei, pois o Executivo vai doar um terreno para o Estado. Mas como? Fiquei meio sem entender. Lendo a Exposição de Motivos, o Executivo doa ao Estado uma área nas ruas Dr. Barcellos, Camaquã e Afonso Arinos; e recebe, também em doação - aí fiquei em dúvida, por que é que não fazia permuta logo? - um terreno na Vila Hípica. Só que, lendo a Exposição de Motivos depreendi que o terreno da Prefeitura é de 571 mil reais e o terreno do Estado é de um milhão 262 mil reais. Então, não poderia haver permuta, porque o Executivo Municipal teria que pagar em dinheiro a diferença. E a forma sensata e correta de resolver o problema seria com dois Projetos de Lei: um, fazendo a doação; e outro recebendo essa área do Estado para que se façam as obras de implantação de esgoto na Zona Sul, que é o Programa Socioambiental, e já tem recursos encaminhados, pelo menos nesse sentido.

Portanto, acho que o Executivo, nesses dois Projetos de Lei, deve obter a votação unânime da Casa, uma vez que há interesse dos moradores da Vila Santa Tereza, sem dúvida nenhuma, que estão lá há muitos anos. Mas também há um interesse muito maior de toda a coletividade porto-alegrense nessa doação que se faz ao Estado e naquilo que se recebe do Estado, num outro Projeto de Lei. Então, saúdo o Executivo Municipal e espero que isso tramite rapidamente, para que as obras do Socioambiental possam ser realizadas também. Saúde e PAZ!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Obrigado, Ver. João Antonio Dib. O Ver. Nereu D’Avila está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente. O Ver. Carlos Comassetto está com palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente. O Ver. Ibsen Pinheiro está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente. O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente. O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente. O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Desiste. Encerrado o período de discussão de Pauta.

O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, assistência da TVCâmara, hoje venho aqui, em nome da minha Bancada, fazer uma manifestação em relação aos episódios que temos acompanhado pela imprensa e os fatos que envolvem a licitação em transcurso no DMLU.

Antes, gostaria de fazer um registro, porque fiz um questionamento aqui no início do ano, Verª Margarete Moraes, sobre alguns pagamentos feitos aos diretores do DMLU e as suas motivações, e fui processado pelo atual diretor do DMLU, querendo me imputar ou me constranger a não fiscalizar os atos do Poder Executivo. E tenho aqui a sentença do Juiz concedendo a ordem para o trancamento da ação penal, por unanimidade, anunciando que cancela a audiência que estava marcada para o dia 08/08 e pedindo para que se dê a baixa e se arquive o presente feito. Portanto, estava este Vereador também com a razão e com o direito no exercício do papel de sua atividade de Parlamentar.

Por unanimidade, houve o acatamento do Judiciário deste hábeas, concedendo o trancamento da ação penal.

Mas o assunto principal é o DMLU. Eu vejo como graves demais as denúncias e os episódios envolvendo essa megalicitação, Ver. João Dib; afinal, são 305 milhões previstos para saírem dos cofres públicos, dinheiro da Prefeitura Municipal e dinheiro das taxas e tarifas dos contribuintes de Porto Alegre.

Causam-me muita surpresa as palavras do Sr. Clóvis Magalhães, Secretário da Gestão, e do próprio Diretor do DMLU, dizendo: “Mas que estranho, não sabíamos de nada!” Só que os fatos estão aí a provar, no dia-a-dia, que muitos acontecimentos estranhos, irregulares estão acontecendo, Ver. Sebastião Melo, no curso de toda essa licitação. Desde elementos estranhos à municipalidade participarem de reuniões, participarem da combinação da elaboração do Edital, Sr. Presidente, participarem de ações suspeitas.

E o Governo agora vai a todos os jornais e diz que a Prefeitura cancela licitação pública para a coleta de lixo. Mente, a Prefeitura! Mente, porque ela foi constrangida pela Justiça. A Justiça determinou o cancelamento do Processo, dadas as ilegalidades, os abusos contidos no Edital, em que, certamente, a licitação tinha endereço certo, dirigida a altos custos para um número pequeno de empresas.

Vejam aqui a decisão do Sr. Juiz da 5.ª Vara da Fazenda Pública do Foro Central. Despacho do Juiz. Proc. nº 001/1.06.0147517-1, que diz ao Sr. Diretor-Geral: “Comunico o que este Juízo deferiu parcialmente a liminar pleiteada nos autos, para o fim de determinar seja suspensa incontinente a concorrência pública nº 01/06 desse Departamento, devendo ser retomada desde seu início, com a reabertura do prazo para apresentação de propostas, tudo conforme cópias da inicial e despacho que seguem anexos ao presente. Outrossim, requisito seja informado a este Juízo, no prazo de cinco dias, o nome de todos que atuam ou atuaram no atual processo licitatório”.

Veja, Vereador-Presidente, Luiz Braz, a gravidade que o Juízo faz em reconhecimento, determinando a nulidade do Processo! E por que ele faz isso? Porque, no nosso pedido, foi confirmada a tese de que a licitação fazia uma restrição na concorrência. E ele diz, entre outras coisas, “a fim de que mais empresas e consórcios possam concorrer no certame e, com isso, possa a Administração escolher a proposta mais vantajosa dentre um universo maior de concorrentes”.

Eu só peço para fazer o registro, porque é uma ação judicial, e isto tem de estar no total teor, nos registros, nos autos desta Casa. (Lê.): “Objetivo: excluir cláusulas ilegais que restringem o número de empresas para participar da licitação, gerando a contratação por um preço maior do que poderia ser contratado, gerando maior custo para os cidadãos porto-alegrenses, através de um aumento de taxas e impostos”.

Essa é a conseqüência direta do resultado que estava sendo produzido e dirigido pelos que atuaram nessa ação.

Nesse sentido, e corroborado pelas demais notícias sabidas pelos jornais e as que sabemos nos bastidores, estamos apresentando aqui, na seqüência desta Sessão, um pedido de CPI, porque é do que precisa a Cidade, é o que merece a Cidade, para que nós tenhamos transparência. Afinal, estamos tratando de dinheiro público, e de muito dinheiro público; são milhões de reais que estão envolvidos nesta questão!

Por isso, nós estamos encaminhando, a seguir, o Requerimento, e, pelo que já conversei com os colegas, tem número suficiente de assinaturas para que possamos instalar esse processo inadiável para esta Casa, no controle que deve exercer sobre o Poder Público. Muito obrigado pela tolerância, mas era preciso que se fizesse este registro, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Eu quero fazer um pedido de preferência, quero ser o primeiro a assinar essa CPI; quero adendá-la para que possamos investigar, também, o recolhimento do lixo na gestão do PT.

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): A Verª Mônica Leal está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. MÔNICA LEAL: Sr. Presidente, Ver. Luiz Braz; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, funcionários desta Casa, imprensa, este é o primeiro dia em que uso a tribuna após o nosso recesso Parlamentar, e o faço de maneira muito triste e preocupada, porque venho manifestar a minha preocupação com mais esse conflito que envolve o povo de Israel, o qual também considero o meu povo, porque minha história dentro dessa comunidade é muito antiga: eu sou casada com um judeu há 35 anos; tenho três filhos; meu filho menor, Felipe, que hoje tem 20 anos, passou parte de sua vida estudando no Colégio Israelita; durante 15 anos morei num bairro muito conhecido, o bairro Bom Fim, que é o coração desta comunidade; tenho um irmão e uma irmã que são casados com judeus; meu pai, Coronel Pedro Américo Leal, desde muito cedo na minha vida, mesmo antes de eu conhecer meu marido, já tinha um sentimento de amizade e admiração por esse povo; durante grande parte dos meus veraneios, eu estive em Capão da Canoa, onde o meu saudoso sogro teve o seu restaurante, o Pastelão, conhecido por toda a comunidade. Eu não nasci judia, mas sempre ouvi falar que ser judeu é uma questão de espírito. E esse é o meu caso, pelo convívio e pela afinidade com esse povo.

Eu fiz questão de fazer esse pequeno relato, porque acho importante salientar o significado desse povo em minha vida. Tudo o que contei é a minha história, que, por si só, já demonstra quem eu sou. Não poderia jamais deixar de ocupar esta tribuna para manifestar a minha tristeza, a minha preocupação diante dos fatos ocorridos.

Eu tenho certeza de que a reação do Estado de Israel só aconteceu - e não me cabe aqui justificar o mérito - pelo fato de essa nação estar incessantemente buscando, de alguma forma, dar segurança à sua população, e procurar chegar a um consenso de paz. Esse é um sentimento que, eu tenho certeza, vive no coração de todos os judeus.

Todos nós sabemos que interesses alheios aos nossos e algumas omissões daqueles que não querem a paz entre árabes e judeus, e os ataques terroristas de que há muito tempo o Estado de Israel vem sendo vítima, dentro do seu próprio território, causam este momento tão tenso e preocupante naquela região do planeta. Israel quer, sim, voltar a conviver em paz com seus vizinhos árabes e, tenho certeza, de que esse é o desejo de todos não só neste momento, mas durante quase toda uma vida.

O povo judeu é bravo, ordeiro, trabalhador e muito, muito sofrido, pois, durante toda sua história lutou muito, com um único objetivo: dar segurança e tranqüilidade ao seu povo, ou seja, dar e trazer a paz.

A comunidade judaica do Rio Grande do Sul, do Brasil e do mundo já se manifestou a favor da criação de um Estado Palestino ao lado de Israel. Israel quer a paz. Falo aqui, na Câmara Municipal de Porto Alegre, para me posicionar com relação ao que acontece no Oriente Médio, tentando, sim, de alguma forma, transmitir uma mensagem de respeito à vida e de paz entre esses povos irmãos.

Para encerrar, acho muito importante registrar, lembrar de uma pequena passagem da Bíblia, no Êxodo, capítulo 29, versículo 45, que o próprio Deus disse: “E habitarei nos meio dos israelitas e serei o seu Deus”.

Eu quero, por fim, dizer às senhoras e aos senhores que me escutam que, para mim, é um momento muito preocupante e muito triste; eu sou contra qualquer tipo de guerra. Mas faço aqui o meu depoimento como uma Vereadora de Porto Alegre que convive com essa comunidade, que eles estão extremamente sentidos, preocupados e buscam, de uma forma incessante, a paz. Muito obrigada.

 

(Não revisado pela oradora.)

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Peço à Verª Margarete Moraes para que, por favor, assuma a presidência, porque eu gostaria de me manifestar em Tempo de Liderança pelo meu Partido, o PSDB. Obrigado, Vereadora.

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Srª Presidenta; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras; Ver. João Dib, V. Exª é um Vereador que costuma afirmar neste plenário, várias vezes, que as leis não devem ser feitas como histórias em quadrinhos, lembrando a todos nós, Vereadores, quando vamos escrever um texto de lei, quando vamos fazer um projeto para ser apresentado aqui nesta Casa, a ter toda responsabilidade, já que aquele projeto vai, de alguma forma, mexer com a vida da sociedade, e, sendo assim, vamos discuti-lo para melhorá-lo, e, quando aprovado, que ele possa realmente vir a causar os efeitos necessários. Porém, às vezes, nós fazemos aqui uma lei que é boa, mas falta, no Poder Executivo, algo que não é só desta gestão, pois todas as Administrações têm falhado muito, que é a fiscalização. Se nós aprovarmos aqui a melhor das leis e o Executivo não a fiscalizar ou não tiver estrutura suficiente para fiscalizar, o que acontece é que a lei acaba sendo desmoralizada, desrespeitada.

Não faz muito tempo, Ver. João Dib, que nós votamos, aqui nesta Casa, um texto que foi colocado pela Verª Clênia Maranhão, Líder do PPS, para que, nos postos de gasolina, nós pudéssemos evitar aquele agrupamento de jovens que consomem ali bebidas alcoólicas, e esse é um problema muito grave em nossa sociedade. E todos nós, quando votamos, Verª Margarete, votamos pensando que nós estaríamos realmente colaborando com aquele texto, para que as coisas pudessem ser melhores, responsabilizando o dono do estabelecimento e também as pessoas que estariam ali consumindo a bebida. Eu acho que não aconteceu só comigo; deve ter acontecido com outras pessoas também: descendo a Rua Silva Só, perto da Av. Ipiranga, num dos postos de gasolina, ali nas proximidades do McDonald’s, parei numa farmácia Panvel - precisava comprar um remédio, pois estava com dor de cabeça. Ver. João Dib, os jovens - eram mais ou menos dez horas da noite - estavam ali às dezenas, com garrafas de cerveja na mão se embebedando, fora dos seus carros, mas prontos para ocupá-los e ir para as ruas da Cidade, colocando em perigo as suas vidas e a vida também de outras pessoas. E aí eu comecei a pensar nas leis que nós votamos aqui nesta Casa: será que nós cometemos um equívoco, quando estávamos votando aquele texto que foi oferecido aqui, sabiamente, pela Verª Clênia? Ou será que esse erro deve ser corrigido, apelando para que o Sr. Prefeito Municipal melhore - e temos que dar essas estruturas a ele - a sua estrutura de fiscalização, a fim de que essa Lei possa ser cumprida, essa e tantas outras leis? Mas fiquei realmente me questionando, Ver. João Dib, sobre o poder do Vereador, sobre aquilo que nós temos que fazer aqui na Casa, quando estamos discutindo uma lei, colocando aqui os nossos textos para serem apreciados, para serem aprovados, da responsabilidade que nós temos. E fiquei realmente muito triste ao ver que, apesar da boa vontade de todos os Vereadores que colaboraram para que nós pudéssemos ter um bom texto, aqueles efeitos que nós queríamos produzir infelizmente não se produziram. E eu vi que, naqueles jovens, havia a satisfação em estar desafiando uma lei votada por esta Casa. Parece que, no rosto de cada um daqueles jovens, dizia o seguinte: “Eu sou rebelde; eu não obedeço às leis e posso tomar a minha cerveja onde eu bem entender”. Isso, realmente, acredito que foi muito ruim, mais uma vez, para o conjunto de todos os Vereadores e, pior, para o conjunto de toda a sociedade.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Srª Presidenta; Sras Vereadoras; Srs. Vereadores, eu não vou me furtar a tratar do assunto, que é um assunto da Pauta, necessário: a questão do lixo de Porto Alegre. Quero dizer que V. Exas. sabem, esta Casa sabe, a população de Porto Alegre sabe que dediquei boa parte do meu mandato anterior a essa questão do lixo; e agora também. E quero dizer que há gente condenada, lá atrás, por acúmulos de contratos irregulares, contratos emergenciais, e que, aliás, não pagou a conta ao povo de Porto Alegre ainda.

Mas eu quero, Ver. Elói, enfrentar a questão do nosso Governo, do Prefeito Fogaça, do Diretor Garipô, da equipe, e discutir com toda a tranqüilidade. Primeiro, se lançou o Edital - como, aliás, deve ser feita a concorrência pública - e se estabeleceu. E, ao longo desse processo, o que diz o Diretor-Geral do DMLU? O que diz o Prefeito? Sempre, em todos os momentos, nós queremos um processo, Ver. Cassiá, com transparência; tanto é que o Prefeito nomeou uma Comissão de notáveis para acompanhar o processo licitatório!

A imprensa cumpre o seu papel? Cumpre o seu papel; parabéns à imprensa! O Ministério Público do Tribunal de Contas merece o aplauso ontem e merece o aplauso hoje, porque conheço o Dr. Miola, conheço o Dr. Geraldo da Camino, que são figuras da boa cepa da gestão pública e não navegam sob o vento partidário! Eu me lembro que, quando eu era solitário nesta Casa e na Cidade, e disse que havia irregularidades nos contratos da gestão do Sr. Prefeito Tarso Genro, o Ministério Público me deu ouvidos, e, se deu ouvidos a este Vereador naquela época, merece o meu crédito agora também.

Agora, Ver. Todeschini, Líder do PT, o Diretor Garipô e o Prefeito poderiam ter mandado prosseguir a licitação, quando o Tribunal de Contas disse: “Faça a licitação, mesmo que existam alguns indícios”. O que fez o Prefeito José Fogaça? O que fez o Diretor? “Na dúvida, não faço a Licitação”. Ver. João Bosco: “Na dúvida, não faço a Licitação”.

Aí, havendo dúvida, o que faz o Prefeito, com a seriedade e com a sua postura? Manda cancelar a licitação, age absolutamente dentro do correto, absolutamente dentro do correto! Agora, Ver. Todeschini, me desculpe, o seu Partido não é o Partido que tem as melhores condições de falar que há problema de lixo. Não é! Nem aqui e nem fora daqui! Nem aqui e nem fora daqui! Aliás, o Dr. Todeschini tem que explicar muitas coisas do DMAE que até hoje ele não explicou. Muitas coisas.

 

(Aparte anti-regimental do Ver. Carlos Todeschini.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Ver. Sebastião Melo, suspendo o tempo de V. Exª. Peço que, por favor, os Srs. Vereadores respeitem o orador na tribuna, nós não vamos resolver esses problemas dessa forma. O Vereador na tribuna tem liberdade para discorrer sobre o tema. Devolvo o tempo de V. Exª, Ver. Sebastião Melo.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Agradeço a V. Exª e não vou rebaixar o debate. V. Exª, Ver. Todeschini, é de um Partido em que o “capitão do time” patrocinou toda essa patifaria no Brasil, e o seu chefe, o Presidente da República, diz que não sabe de nada. Por favor, Ver. Todeschini! Vamos “devagar com o andor, porque o santo é de barro”, vamos discutir essa matéria com tranqüilidade.

O Partido de V. Exª tem que pagar a conta do DMLU; deve um milhão e 300 mil reais, condenado por má gestão pública no DMLU, por patrocínio de campanha do lixo ao seu candidato a Prefeito, Sr. Tarso Genro. Então não vamos tratar esse negócio dessa forma. O Prefeito Fogaça agiu correto, o Sr. Garipô agiu correto. E isso é do processo democrático, o Tribunal cumpriu o seu papel, a imprensa cumpriu o seu papel! Todos cumpriram o seu papel absolutamente!

Agora, querem fazer CPI? Vamos fazer CPI! Mas vamos fazer a CPI e vamos adendá-la! Eu quero investigar os 16 anos do recolhimento do lixo em Porto Alegre e já vou avisar que mais de cinco anos foram de contratos emergenciais - eu tenho esses dados no meu gabinete. E já vou fazer a petição para intimar os ex-Prefeitos, todos eles! Inclusive o ex-Governador, que comprou o incinerador; e outros querem fazer CPI? Vamos fazê-la! Mas não vamos “discutir a árvore”, não; vamos “discutir a floresta”!

Agora, cá para nós - e vou encerrar, Presidente -, o Tribunal de Contas é um órgão que merece respeito, especialmente os seus Procuradores, e a Prefeitura, em tendo indício, não faz a licitação!

Eu quero mais uma vez afirmar que tenho férrea convicção na gestão da qual participo, do Prefeito José Fogaça, da sua equipe, que tem procurado tratar as coisas públicas com seriedade, com transparência e com muito respeito ao contraditório. Nós respeitamos a oposição, achamos que o papel que o senhor está fazendo é um papel que merece respeito, respeitamos os órgãos fiscalizatórios, mas temos a nossa posição. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

(O Ver. Luiz Braz reassume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Ervino Besson está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ERVINO BESSON: Meu caro Presidente, Ver. Luiz Braz; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, senhoras e senhores que nos acompanham nas galerias e pelo Canal 16, da TVCâmara, eu queria saudar a todos.

Eu sempre digo que a grandeza das pessoas se demonstra pelos seus atos. Eu tenho um carinho muito especial pelo pessoal da imprensa, jornalistas, comunicadores, fotógrafos, radialistas, como eu tenho destacado, aqui, várias vezes, e destaco mais uma vez no dia de hoje, esta extraordinária voz do nosso querido Ver. Haroldo de Souza, pois quem acompanha o seu trabalho, narrando jogos de futebol sabe dessa extraordinária voz que Deus lhe deu. Então eu tenho uma admiração muito especial por essas categorias. Desta vez o Ver. Haroldo de Souza não foi feliz, porque não conseguiu narrar a vitória do Brasil na Copa do Mundo para o povo brasileiro, para o povo deste País.

E eu quero aqui elogiar, também, um homem a quem admiro cada vez mais, de quem eu sou um grande admirador, o jornalista Paulo Sant’Ana. Desde que eu leio o jornal Zero Hora, há muitos anos, eu nunca deixei de ler a coluna do Paulo Sant’Ana. E ele tem tido uma grandeza admirável, extraordinária, porque nós somos seres humanos e somos sujeitos a erros, e o Paulo Sant’Ana é uma pessoa de uma dignidade extraordinária, sempre que ele ou algum dos seus leitores acha que ele cometeu um erro, ele dá a oportunidade para que a pessoa tenha condições de rever aquilo que ele escreveu. Ele abre sempre a sua coluna para isso. E o Paulo Sant’Ana, no dia 31 de julho, mais uma vez demonstrou a sua grandeza como homem, como cidadão, pela forma como ele exerce a sua função com seriedade, e o título da sua coluna era o seguinte: “Um Pedido de Desculpas.” Nesta coluna, ele escreve a respeito dos acontecimentos do último Gre-Nal. O mundo inteiro acompanhou os fatos que aconteceram no Gre-Nal do Estádio Beira-Rio, condenável em todos os sentidos. Sempre digo que o Internacional e o Grêmio, com suas grandezas, um depende do outro. Agora foi vandalismo as agressões, esse desrespeito a milhares e milhares de pessoas que estão no campo e aos que estão assistindo pela TV. O mundo inteiro teve a oportunidade de assistir a esses fatos lamentáveis.

Um esporte que consegue trazer multidões aos campos de futebol, este povo que já é sofredor, o povo sofreu por ter perdido a Copa do Mundo de uma forma muito triste. O povo vai ao campo de futebol assistir aquele momento, aquelas quase duas horas, para descarregar os seus nervos e vibrar com a sua equipe, é um momento de lazer. Agora, esses mafiosos que vão ao campo de futebol cometer toda essa destruição, essa criminalidade, têm de ser punidos.

Portanto, meu querido amigo - sou seu admirador, Paulo Sant’Ana - para encerrar, eu quero, mais uma vez, parabenizar S. Sª pelo brilhantismo, pelo profissionalismo na forma que o senhor escreve, na forma que o senhor trata as coisas públicas, com seriedade. S. Sa. é um gremista, eu sou colorado, mas nem por isso S. Sª deixou de condenar esse vandalismo que aconteceu nesse último Gre-Nal. Parabéns, parabéns, parabéns, Paulo Sant’Ana.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Havendo quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Em votação a proposta de ordem de votação: em primeiro lugar a votação dos seguintes projetos referentes a nome de ruas: PLL nº 290/05, PLL nº 034/06, PLL nº 047/06, PLL nº 049/06, PLL nº 052/06, PLL nº 071/06, após, o PLL nº 059/06 e o Requerimento nº 112/06. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.

 

O SR. NEREU D’AVILA (Requerimento): Ver. Luiz Braz, eu quero fazer um Requerimento em cima da proposta de votação que V. Exª colocou, só por uma questão de celeridade, isso se os meus colegas e as minhas colegas concordarem. Conforme a proposta de ordem de votação, o único Requerimento a ser votado, está por último, e como a data já está marcada para 17 de agosto próximo - e há a questão de convites e tal -, para homenagear o transcurso dos 90 anos da Paróquia Nossa Senhora da Glória. Eu requereria que esse fosse votado em primeiro lugar, porque eu acho que não tem nenhum problema.

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Em votação o Requerimento do Ver. Nereu D’Ávila, solicitando que o Requerimento nº 112/06 seja votado em primeiro lugar. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

REQUERIMENTOS – VOTAÇÃO

 

(encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

REQ. N. 112/06 – (Proc. N. 3941/06 – Ver. Nereu D’Avila) – requer que o Período de Comunicações, no dia 17 de agosto de 2006, seja destinado a homenagear o transcurso do 90º aniversário da Paróquia Nossa Senhora da Glória. (incluído em 03-08-06)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Em votação o Requerimento nº 112/06. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausas.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N. 6250/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 290/05, de autoria do Ver. Ervino Besson, que denomina Rua Alberto Balestrin um logradouro público não-cadastrado, localizado no Bairro Vila Nova.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Ibsen Pinheiro: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto;

- da CUTHAB. Relator Ver. Alceu Brasinha: pela aprovação do Projeto;

- da CECE. Relatora Ver.ª Sofia Cavedon: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

-          incluído na Ordem do Dia em 03-08-06.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N. 0908/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 034/06, de autoria do Ver. Nereu D'Avila, que denomina Rua Dr. João Satt o logradouro público não-cadastrado, conhecido como Rua 3030, localizado no Bairro Vila Ipiranga.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Ibsen Pinheiro: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto;

- da CUTHAB. Relatora Ver.ª Clênia Maranhão: pela aprovação do Projeto;

- da CECE. Relatora Ver.ª Maristela Maffei: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 03-08-06.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N. 1123/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 047/06, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua José Portella Nunes o logradouro não-cadastrado, conhecido como Rua 7159 – Loteamento Vila Nova Restinga, localizado no Bairro Restinga.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Ibsen Pinheiro: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto;

- da CUTHAB. Relator Ver. José Ismael Heinen: pela aprovação do Projeto;

- da CECE. Relatora Ver.ª Maristela Maffei: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

-          incluído na Ordem do Dia em 03-08-06.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N. 1166/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 049/06, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Valter de Azeredo o logradouro não-cadastrado, conhecido como Rua 7152 – Loteamento Vila Nova Restinga (Quinta UV), localizado no Bairro Restinga.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Ibsen Pinheiro: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto;

- da CUTHAB. Relator Ver. Elói Guimarães: pela aprovação do Projeto;

- da CECE. Relatora Ver.ª Maristela Maffei: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 03-08-06.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N. 1312/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 052/06, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Luiz Mandelli o logradouro não-cadastrado, conhecido como Rua F – Vila Nova Santa Rosa, localizado no Bairro Rubem Berta.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Ibsen Pinheiro: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto;

- da CUTHAB. Relator Ver. João Bosco Vaz: pela aprovação do Projeto;

- da CECE. Relatora Ver.ª Maristela Maffei: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 03-08-06.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N. 1866/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 071/06, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Iracema Sommer o logradouro público não-cadastrado, conhecido como Rua 2044 – Loteamento Timbaúva, localizado no Bairro Mário Quintana.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Ibsen Pinheiro: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto;

- da CUTHAB. Relator Ver. João Bosco Vaz: pela aprovação do Projeto;

- da CECE. Relator Ver. Sebastião Melo: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 03-08-06.

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Em discussão, em bloco, os seguintes projetos: o PLL nº 290/05, o PLL nº 034/06, o PLL nº 047/06, o PLL nº 049/06, o PLL nº 052/06, o PLL nº 071/06. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação o bloco de Projetos denominando ruas. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB (Questão de Ordem): Sr. Presidente, há na Mesa um Requerimento deste Vereador para renovação de votação do Projeto, de ontem, que não alcançou o quórum necessário.

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Ele foi apregoado hoje.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Já foi apregoado, eu acho que poderia ser votado hoje, se não houver discordância dos Srs. Vereadores, e está dentro do Regimento Interno, sem nenhum problema.

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Ver. João Antonio Dib, ele foi apregoado hoje, de forma regimental, porque era hoje exatamente o dia que V. Exª tinha que colocar o processo sobre a Mesa, porque é na Sessão Ordinária seguinte. Estou sendo informado pela Diretoria Legislativa - eu conheço bem o Regimento, mas não conheço, às vezes, alguns detalhes - de que ele somente será colocado em votação na Sessão seguinte ao seu apregoamento; 48 horas, de prazo. Ele está sendo apregoado hoje, e na Sessão seguinte que se dará, na segunda-feira, ele será votado.

 

REQUERIMENTO – VOTAÇÃO

 

(encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

REQ. N. 117/06 – (Proc. N. 4031/06 – Mesa Diretora) – requer Sessão Solene a ser realizada no dia 17-08-06, às 19 horas, destinada a assinalar o transcurso do 150º aniversário da Igreja Evangélica de Confissão Luterana do Brasil (IECLB). (incluído em 03-08-06)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Em votação o Requerimento n° 117/06, de autoria da Mesa Diretora. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO NOMINAL

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N. 1510/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 059/06, de autoria do Ver. Carlos Todeschini, que concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Padre Roberto Paz.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Carlos Comassetto: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto;

- da CECE. Relator Ver. Haroldo de Souza: pela aprovação do Projeto.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável de dois terços dos membros da CMPA – art. 82,   § 2º, V, da LOM;

- votação nominal nos termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA;

- incluído na Ordem do Dia em 03-08-06.

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Em discussão o PLL n° 059/06.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI (Requerimento): Sr. Presidente, em função de insuficiência de quórum, solicito o adiamento, por uma Sessão, da votação deste Projeto.

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Em votação o Requerimento do Ver. Carlos Todeschini, que solicita o adiamento, por uma Sessão, da votação do PLL nº 059/06. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

A SRA. MARGARETE MORAES (Questão de Ordem): Desculpa-me, Ver. Luiz Braz, mas eu não me recordo de a Mesa ter aprovado aquele Requerimento que foi votado agora. Eu quero saber se tem assinatura da Mesa ou só a assinatura do Presidente, porque saiu em nome da Mesa, e eu não sei.

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Eu pergunto à Diretoria Legislativa, porque recebi o Processo como sendo da Mesa para ser votado. (Pausa.)

Verª Margarete, estou recebendo a informação de que ele foi aprovado pela Mesa. Na primeira vez, ele foi rejeitado e foi colocado em votação em grau de recurso na Mesa. Mas, de acordo com a Diretora Legislativa, o Processo passou pela Mesa e foi aprovado.

 

A SRA. MARGARETE MORAES: Foi aprovado pela Mesa? Então eu não recordo.

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Segundo a informação também, existe um acordo entre as diversas Lideranças da Casa para que o Processo pudesse ser votado.

Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, todos os processos foram colocados conforme o acordo feito pelas Lideranças.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Nobre Vereador Presidente, eu quero me inscrever em Explicação Pessoal.

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Encerrada a Ordem do Dia, de acordo com o que foi tratado pelas Lideranças da Casa.

Passamos ao período de

 

EXPLICAÇÃO PESSOAL

 

O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Explicação Pessoal.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, na realidade desejo apenas manifestar a minha tristeza em não ter encaminhado ou discutido o Projeto de Lei de autoria do nobre Ver. Nereu D’Avila, que denomina logradouro desta Cidade com o nome de Dr. João Satt. Ele era uma figura extraordinária da nossa sociedade, um médico humanitário, um homem realmente voltado às coisas da Medicina e que merecia, sem dúvida nenhuma, que o Projeto fosse debatido na sua amplitude. O Hospital da PUC, por exemplo, deve muito à presença do Dr. João Satt.

Mas por outro lado também preciso manifestar a minha tristeza. Veja V. Exª que ontem não consegui votação suficiente para aprovar uma emenda à Lei Orgânica que fazia com que não fosse necessário trazer ao plenário os projetos de lei de denominação de logradouros. Claro que eles correm pauta, e os Vereadores teriam a oportunidade de se informar sobre os mesmos.

Em segundo lugar, um projeto de denominação de logradouros passa por três Comissões, a Comissão de Justiça, a CUTHAB, e a Comissão de Educação, portanto a metade dos Vereadores da Casa dá a sua opinião e aprova. Vejam V. Exas. como era importante que tivesse sido aprovada a emenda - e não foi: seis Projetos foram aprovados sem que ninguém dissesse uma só palavra, e se eu perguntar aos Vereadores que aprovaram os seis Projetos, eles não sabem os nomes das pessoas que foram homenageadas. Nós teríamos evitado, hoje, esta parte da Sessão em que votamos nomes de logradouros; as Comissões já teriam aprovado. Elas são da nossa confiança, os nossos Partidos integram todas essas Comissões, então não entendi por que ontem eu não consegui 24 votos; é verdade que só havia 23 Vereadores no Plenário, mas também não entendi porque os 23 não votaram favoravelmente. Espero que na segunda-feira se faça a votação do pedido de renovação e que eu consiga, aí sim, na próxima quarta-feira, obter os 24 votos necessários para ajudar a Casa a trabalhar melhor. Saúde e PAZ!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra em Tempo Especial, para fazer o relato de sua viagem a Brasília.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Luiz Braz; colegas Vereadores e colegas Vereadoras, público que nos assiste, quero aqui fazer a prestação de contas da viagem que fiz a Brasília, a trabalho, para encaminhar um conjunto de temas de interesse da nossa Cidade, da nossa Capital, Porto Alegre.

Este relato está sendo distribuído a todos os colegas Vereadores e Vereadoras. Isso ocorreu no período do recesso, dias 5 e 6 de julho. O primeiro ponto trabalhado foi no Ministério das Cidades, em nome da Frente Nacional dos Vereadores pela Reforma Urbana, da qual temos a satisfação e a honra de coordenar o trabalho no Rio Grande do Sul, que foi a definição da elaboração de uma cartilha dirigida aos Vereadores do País e do Rio Grande do Sul para monitorar toda a discussão que acontecerá este ano nas cidades que devem aprovar os seus Planos Diretores até o dia 10 de outubro. Esta Cartilha está sendo elaborada neste momento com o objetivo de orientar toda a discussão sobre o papel dos Planos Diretores participativos.

Ainda no Ministério das Cidades, na mesma forma de organização, trouxemos para o Rio Grande do Sul a demanda para construir cursos para 250 Vereadores sobre o tema Plano Diretor. Neste momento nós temos 123 cidades que estão elaborando os seus Planos Diretores, inclusive estamos aguardando os estudos do Executivo para fazermos aqui a reavaliação do nosso atual Plano Diretor.

O segundo tema tratado foi no Ministério do Meio Ambiente, onde fizemos um conjunto de tratativas em relação à aplicação da legislação ambiental para os Municípios e a discussão de alguns temas relacionados à Zona Sul de Porto Alegre, como o Morro São Pedro, o Morro Tapera, para construirmos uma política adequada no Município, e do Município com o Ministério do Meio Ambiente. E fizemos também tratativas sobre o tema do Bioma Pampa, que está em discussão neste momento no Rio Grande do Sul, para o qual foi constituído um grupo de trabalho com mais de 70 organizações não-governamentais.

No Ministério da Educação, tratamos do tema que está já assegurado e construído para a realização de uma Escola de Fábrica em Porto Alegre, sobre a Universidade Popular do Carnaval, que será gestada pela Escola Mesquita, em comum acordo construído com a entidade dos carnavalescos. Neste momento, está aprovado este recurso para vir para Porto Alegre, onde será ministrado o curso para 240 jovens em estado de risco, de 16 a 24 anos, com formações profissionais sobre o tema do carnaval.

Também, colegas Vereadores e Vereadoras, todos sabem que nós estamos tratando do tema, em conjunto com outros Parlamentares - o Ver. Aldacir Oliboni, a Verª Manuela, o Ver. Raul Carrion -, para a vinda de uma Escola Técnica Federal para a Restinga. Está definido pelo Governo Federal trabalhar uma das quatro escolas técnicas para o próximo ano, para o Rio Grande do Sul, uma delas para a Restinga. Já fizemos uma audiência com o Sr. Prefeito Municipal para destinar um terreno; o Executivo Municipal está destinando um terreno no centro da Restinga Velha para que possamos avançar no Projeto da Escola Técnica Federal para Porto Alegre. Esse é um processo em construção.

No Gabinete da Presidência, a respeito do Hospital da Restinga, tratamos da questão do Decreto sobre a filantropia para o Hospital Moinhos de Vento, que está em construção, para fortalecer o processo da construção do Hospital da Restinga, que é um Projeto que está pronto, que está nas mãos do Executivo Municipal para fazer acontecer.

Então, Sr. Presidente, este é o relato da nossa viagem a Brasília para tratar dos temas aqui apresentados, todos do interesse de Porto Alegre e do trabalho do nosso mandato e de um conjunto de outros colegas Vereadores e Vereadoras desta Casa. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para uma Explicação Pessoal.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Obrigado, Sr. Presidente, esta oportunidade é singular para que possamos deixar aqui muito claras e marcadas algumas questões. E uma delas, eu quero reiterar, porque foi um fato que protagonizou um debate no início do ano, referente à administração de verbas por parte da Diretoria do DMLU: verbas de gratificação aos 11 Diretores, mais aos Chefes de Gabinete. E o fato de este Vereador fazer um pronunciamento na tribuna, ensejou a mobilização de um Processo por parte do Diretor contra este Vereador, na direção e no sentido de constranger a ação parlamentar. Este Processo se estendeu até a semana passada, quando, então, foi concedida a este Vereador uma ordem para trancamento da ação penal, diferentemente do que anda sendo dito por aí. Essa ordem foi concedida por unanimidade dos magistrados, bem como foi determinada a baixa e o arquivamento desse Processo.

Então, eu quero dizer que eu me sinto pleno nos meus direitos de realizar o meu dever, ao ser eleito pela cidade de Porto Alegre, para fiscalizar os atos do Poder Executivo, os quais não só devem como precisam ser fiscalizados. E aqui está o resultado da Justiça, reconhecendo o direito e o dever de esta tribuna ser a voz e o espaço de controle público do Poder Executivo. E foi o que fizemos, e o fizemos de maneira justa e correta, tendo sido reconhecido, agora, pela Justiça. É importante que se diga isto e se destaquem esses elementos.

Eu quero refrescar muito a memória do Ver. Sebastião Melo, que insiste em dizer - não sei com que base - que o Governo, “por ser bonzinho”, voltou atrás e suspendeu a licitação. Não é verdade! O Governo foi constrangido pela Justiça, que determinou a anulação do Processo! O Ver. Sebastião Melo insiste em produzir tergiversações factóides e cavar elementos geralmente sem nenhum fundamento. Mas o Juiz determinou isso, Ver. Sebastião Melo. Aliás, pelo que me consta, ele foi seu Chefe de gabinete. O senhor tem uma relação muito estreita com esse Diretor, e não estranho que V. Exª venha a fazer uma defesa nos moldes que está fazendo.

Mas o que está dito aqui pela Justiça, Ver. João Dib, é que a licitação está anulada, e eu vou ler os termos da 5ª Vara da Fazenda Pública do Foro Central, Processo nº 001/1.06.0147517-1 (Lê.): “Comunico que este Juízo deferiu parcialmente a liminar pleiteada nos autos, para o fim de determinar seja suspensa incontinente a concorrência pública nº 01/06 desse Departamento, devendo ser retomada desde seu início, com a reabertura do prazo, para a apresentação de propostas, tudo conforme cópias da inicial e despacho que seguem anexas ao presente. Outrossim, requisito seja informado a este Juízo, no prazo de cinco dias, o nome de todos os que atuam ou atuaram no processo licitatório, para os fins do art. 6º da Lei da Ação Popular”. Isto é grave, isto está determinado pela Justiça, não é benesse, boa-vontade, nem humildade do Governo.

O que aconteceu no mês passado, no dia 21 de julho, é que entrei com uma Ação Popular na 5.ª Vara da Fazenda Pública, e, no final de semana, a Direção do DMLU suspendeu a abertura, que era para ser no dia 24. Mas a anulação do Processo deu-se pela Justiça, dado o entendimento de cláusulas ilegais que estavam orientadas a favorecer algumas empresas, conforme notícias gerais da imprensa desta Cidade, o que pode ser verificado por todos. É isto que eu gostaria de deixar claro, porque o Ver. Sebastião Melo, sistematicamente, quer aqui semear confusão na cabeça das pessoas. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): A Verª Maria Celeste está com a palavra para uma Explicação Pessoal.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente, Ver. Luiz Braz; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, uso este tempo de Explicação Pessoal - um tempo extremamente novo, eu diria, este ano -, porque os Vereadores, hoje, rapidamente cumpriram a Ordem do Dia. Nesses seis anos em que eu estou nesta Casa, raramente nós pudemos ter a oportunidade de chegar a este período. Uso este tempo para falar de uma questão apontada nesta semana, Ver. João Antonio Dib, na CEDECONDH - Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos, na terça-feira, que é uma importante demanda da Vila Ceres, no bairro Partenon. Os representantes dessa comunidade nos procuraram indignados pelo descaso com que as 100 famílias que lá vivem e convivem vêm sendo mantidas nos últimos períodos, e diria mais, nos últimos anos. Mas, a partir de 2001, a situação ficou muito pior, e se agravou a partir deste Governo, a partir de 2005. Por que é que eu digo isso? Porque essa comunidade se organizou em 2004, foi para o Orçamento Participativo, demandou o reassentamento dessas famílias como prioridade na região do Partenon; foi colocado no PI de 2003/2004/2005 o reassentamento de várias famílias, não só dessas famílias da Vila Ceres. Foi autorizado pelo Conselho do Orçamento da Região que, prioritariamente, a Vila Ceres deveria, em 2006/2007, ser reassentada em outro local no bairro Partenon. Para a nossa surpresa, não só da liderança da comunidade, mas também dos Vereadores que estavam ali, o representante do DEMHAB... Aliás, o DEMHAB continua com a mesma postura, suas representações na Comissão de Direitos Humanos, Defesa do Consumidor, de Acesso a Terra e Habitação, têm a mesma postura arrogante em relação aos Vereadores desta Casa, fazendo inclusive insinuações de que os Vereadores na Comissão estão ali fazendo demagogia, falando mentiras em relação às questões colocadas na Comissão. Para nossa surpresa, mais uma vez o DEMHAB não sabe de nada, a representação não sabe de nada, havia procurado nos PIs anteriores a verba para esse reassentamento dessas famílias e não localizou.

Ocorre que, de fato, especificamente o reassentamento da Vila Ceres, não está gravado no PI; o que está gravado no PI de 2002, 2003, 2004 e 2005 é o reassentamento das famílias de toda a região do Partenon, e, pasmem: existem documentos ou deveriam existir - por isso, Ver. Todeschini, o meu apoio à indicação da CPI no DMLU, porque me parece que as várias Secretarias do Governo estão totalmente desorganizadas -, nos arquivos do DEMHAB, um documento acordado, uma ata do Conselho do OP daquela Região, com a presença dos representantes do DEMHAB na época, dizendo da priorização do reassentamento das 100 famílias da Vila Ceres para o ano de 2006. Simplesmente esse documento sumiu! Não existe essa ata no DEMHAB, não existe nenhuma documentação do DEMHAB sobre essa questão.

Então, pasmem Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores: se um documento, uma ata de uma reunião do Conselho do Orçamento com o DEMHAB e com o CAR da Região some dentro de um Departamento importante como o DEMHAB, o que não terá havido, o que não houve dentro do DMLU? O que não sumiu? Quais foram as documentações que não foram apresentadas também dentro do DMLU? Por isso o meu total apoio a essa CPI e vamos investigar, sim. Não temos medo de fazer retroativamente, como o Ver. Sebastião Melo falou, vamos tirar as nossas brigas ideológicas e vamos investigar, até onde couber a esta Casa, e tomar a iniciativa da fiscalização dos Vereadores. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Este Vereador estava inscrito para uma Explicação Pessoal e desiste. (Pausa.)O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para uma Explicação Pessoal.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, quero dizer ao querido Ver. Todeschini que eu não faço insinuações, não. Eu assumo o que falo. Eu gostaria muito que o Ver. Todeschini explicasse aqui, nesta tribuna, por que, nos meses que antecederam a sua eleição de Vereador, subiu tanto a tonelada de asfalto lá no DMAE, o que era uma média de 200 toneladas e chegou a 700 toneladas. Será que o DMAE faz algum asfaltamento de rua? Eu gostaria que ele explicasse isso. Isso são dados que estão aí à disposição no DMAE. Então, não estou fazendo insinuação. Agora, vamos tratar com equilíbrio essa questão.

Primeiro, eu não vou ser patrocinador de indústrias e contratos emergenciais como foi o Governo do PT. Portanto, eu defendi e continuo defendendo que o Governo tem que fazer licitação. Segundo, tem que qualificar o recolhimento do lixo em Porto Alegre, que foi muito mal na gestão anterior.

Esta Cidade tem pouco lixo separado; esta Cidade tem poucas unidades de triagem; tem muitas carroças, e os carroceiros poderiam ser levados aos galpões de triagem e ter uma outra atividade. Portanto, eu quero a qualificação desta Cidade, com mais lixeiras, unificação da limpeza, dos riachos, das praças, das ruas. Ou por acaso alguém nesta Casa é contra isso?

Agora, nada melhor do que o PT no Governo e o PT na oposição. Só que o povo não é bobo! Esse lamaçal lá do ABC Paulista, em que mandam matar gente, mandam fazer isso e aquilo por causa de lixo! E é Ministro de Estado envolvido! E é propina para cá, e é propina para lá! E aí chega aqui, agora, o “joãozinho-do-passo-certo”, dizendo: “Eu não tenho nada a ver com isso, nós somos sérios na gestão do lixo, vocês é que têm problemas”. Mas como é que se explica, Ver. Todeschini, que o seu Diretor, Darci Barnech Campani, da gestão do Sr. Tarso Genro, tenha sido condenado a um milhão e lá vai cacetada só pelos últimos contratos emergenciais? E não foi por todos, porque não tivemos pernas para alcançar todos os outros. Aí ele chega aqui e diz: “Não, eu não estou dizendo”. O Governo agiu com correção, o Tribunal de Contas merece crédito. O Tribunal disse ao Sr. Prefeito que podia fazer a licitação, mas há alguns indícios que nós precisamos investigar, pois o Prefeito disse: “Não faça a licitação enquanto não for devidamente esclarecido”.

Pois bem, houve erro político? Eu acho que houve! Cá para nós, se tem um Tribunal que está investigando, se a licitação foi cancelada, se quer fazer a CPI com honestidade, Ver. Todeschini, se V. Exª quer agir com honestidade, com transparência, venha a esta tribuna e diga: “Estou assinando uma CPI com a Bancada do PT para investigar os 16 anos do meu Governo e os dois anos do Governo Fogaça”. Porque todos os contratos que estão aí, da PRT, das capinas, todos praticamente vêm do Governo anterior.

Respondo também a V. Exª: Garipô Selistre foi meu Chefe de Gabinete, sim. Tenho por ele muito respeito e muito carinho, e, até que me provem o contrário, é um homem digno e probo, diferentemente do seu parceiro, que já foi condenado e está no banco dos réus.

Portanto, vamos devagar, vamos ao bom debate, ao bom confronto, mas, se V. Exª quer fazer investigação, que seja sincero! Eu quero investigar especialmente a gestão do Sr. Darci Barnech Campani, e incluo a do Sr. Garipô Selistre; agora, não somente jogar para a platéia, como V. Exª está fazendo aqui. E V. Exª tem que explicar as toneladas de asfalto, pois V. Exª não explicou a esta Casa como de 200 toneladas que gastava, e quando faltavam dois meses para a eleição, subiu para 700 toneladas. De certo abriram muito buraco nesta Cidade na gestão do Sr. Todeschini! O povo não esquece os postes lotados de cartazes.

Então, “vamos devagar com o andor, que o santo é de barro”, Excelência.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Encerrado o período de Explicação Pessoal.

Nada mais havendo a tratar, estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 16h37min.)

 

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